Uma das ações que nós professores (as) de Ciências Humanas previmos no início deste ciclo de 2019 era estudar e procurar referências para aperfeiçoar o nosso trabalho em sala de aula.
A Professora Regina (História) disponibilizou para a área um estudo que realizou durante os primeiros meses do ano e que foi de grande valia para nossas discussões e para reavaliar as nossas práticas pedagógicas.
Em ocasião de realização da Reunião de Área da E.E. Alberto Torres a professora pôde apresentar os seus estudos e o relatório que publicamos aqui é fruto da exposição oral e de algumas reflexões propostas pelos docentes na oportunidade.
Esperamos que este estudo possa ajudar outros profissionais a pensar a disciplina ou a indisciplina em sala de aula, pensando sob a perspectiva da preservação do direito de aprendizagem e da nossa responsabilidade pelo ensino.
Data: 02.05.2019
A
professora Regina ministrou na presente data uma ação formativa sobre a
temática “relação em sala de aula: disciplina e indisciplina para pensar a influência
do ensino-aprendizagem”.
A
professora relatou que graças a um curso de formação contínua proposta na
Universidade de São Paulo, organizada pela Associação dos Professores do Estado
de São Paulo, teve contato com a obra de Júlio Groppa Aquino, psicólogo, mestre
e doutor em Psicologia Escolar pela USP. Sendo assim, ela expôs as suas ideias
e estarão descritas abaixo.
A
indisciplina tem se tornado um obstáculo pedagógico, isto é, parece ter se
tornado um decisivo fator que tem impedido o desenvolvimento de ensino e
aprendizagem. Segundo Groppa é preciso refletir sobre a questão. O que nós
entendemos por disciplina em sala de aula?
É
preciso considerar que o que consideramos disciplina é na verdade um modo de
comportamento que pode ser chamado de tradicional, aquele que está no paradigma
da escola tradicional. Espera-se que os alunos (as) sejam disciplinados,
discretos, receptivos as informações disponibilizadas pelo docente. Uma conduta
rígida que supostamente rende aprendizagem porque o aluno (a) se submete a
autoridade do professor (a).
Esperando
a disciplina tradicional constatamos nas escolas o chamado “aluno problema”,
isto é, aquele que foge dos padrões de comportamento esperados pela lógica
tradicional. Groppa caracteriza os alunos problema em: o aluno que não
respeita; o aluno que não tem limites; o aluno que não tem os requisitos para a
aula.
Sabendo
que estes paradigmas de alunos problemas existem é preciso investigar as suas
causas. Talvez um primeiro indicador possa ser o questionamento realizado pela
sociedade sobre a escola. Compreendendo que a sociedade questiona a
legitimidade da escola, a sua importância para a formação do sujeito, é uma
consequência a indisciplina. Se os valores dados a escola são frágeis, ou
problematizados, os alunos (as) que as frequentam trazem consigo estes
questionamentos e estas problematizações.
Para
tentar solucionar este problema talvez seja interessante responder de modo
consistente a questão: “escola, para quê?” Enquanto não houver uma resposta
consistente e evidente as indisciplinas se manterão como problema no cotidiano
escolar. A incerteza da finalidade da escola é que impossibilita a viabilização
de métodos que façam o cotidiano aperfeiçoar-se de modo contínuo e superar
aquilo que chamamos de indisciplina.
Além
disso, caso estejamos engajados na solução da indisciplina é preciso considerar
fazer uma contextualização precisa, atribuir sentidos, para a realização do
cotidiano escolar, proporcionando ao estudante a valorização do ambiente e das
ações nele desenvolvidas.
Para
conseguir está contextualização é preciso pensar em respostas consistentes para
as três seguintes indagações: 1. O que é a escola? 2. Como é a escola? 3. Para
quê é a escola?
Talvez
um método pedagógico que consiga reunir as respostas seja o Contrato
Pedagógico, é nele que o professor (a) pode deixar nítido o seu entendimento e
as justificativas para fazer o que faz. O aluno (a) que compreende o contrato
não pode descumprir, pode, sim, problematizar, mas em vez do conflito constrói-se
situações de dialogicidade, de negociação e de ação educativa para valorar
ainda mais o ambiente da escola.
Relatório
produzido por Ricardo Lopes
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Att.
Prof. Ricardo Lopes
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