Saudações fraternas.
A tarefa de construir uma abordagem geral da História de Roma na Antiguidade é complexa, exige seleção e um encadeamento dos indícios que permita a legitimidade e a significação aceitável para uma interpretação acadêmica. Sendo assim, complexo, cabe na abertura precaver que a abordagem que segue é uma seleção daquilo que pode ser considerado consensual na historiografia, é um recorte bastante limitado para promover o início de uma investigação.
“[...] a história de Roma não foi a história de apenas uma cidade, mas de um vasto território conquistado por esta cidade-Estado inicialmente constituída pela Península Itálica e, mais tarde, estendendo-se a uma faixa de terras que ia desde a chamada Britanha até o Rio Eufrates, passando por terras do Norte da África que vieram a fazer parte do Império Romano” (SILVA, 2013, p.35).
O surgimento de Roma remonta ao século VIII a.C. na região conhecida como Lácio e de alguma forma representou a unificação de diferentes povos que ali habitavam, especialmente de grupos latinos, sabinos e etruscos. Os últimos, os etruscos, através de seus chefes teriam exercido protagonismo na unificação, criando estruturas de organização que preservavam a realização da vida na região (PELLEGRINI,2016, p.144).
Segundo o historiador francês Pierre Grimal (1912-1996) os mitos e lendas dos primeiros tempos romanos são importantes porque explicam realidades através de processos formados de modo inconsciente, como mecanismo de busca por uma explicação do real através de atitudes determinantes para um dado povo (SILVA, 2013,p.37). Sendo assim, a lenda de formação de Roma pode nos oferecer indícios para compreender o momento.
“Uma dessas lendas remete-nos à figura de Enéias, príncipe troiano cujo destino divino seria tornar-se rei do norte da Península Itálica. Segundo essa lenda, Enéias, filho do rei troiano Anquises e da deusa Vênus, foge de Tróia após a guerra para fundar uma cidade, Alba Longa. Os descendentes de Enéias, os gêmeos Rômulo e Remo, fundaram Roma e, após Rômulo matar Remo, tem início a monarquia romana” (SILVA, 2013, p.14).
Essas lendas demonstram que durante a formação de Roma está presente a caracterização miscigenada que iria compor esta cidade-Estado, além de ressaltar um laço direto com os gregos, o que demonstra uma certa admiração destes povos, que seriam a raiz fundante de seu próprio povo (SILVA, 2013, pp.14-15).
Consolidada as origens de Roma, podemos dividir, para fins explicativos, os processos históricos de Roma em fases: 1ª Roma Monárquica: da fundação da cidade até 509 a.C.; 2ª Roma Republicana: do período de 509 a.C. até 27 a.C.; 3ª Roma Imperial: de 27 a.C. até 476 d.C.
A primeira fase, da Roma Monárquica, a cidade-Estado foi governada pelos sete reis lendários. Estes reis representam a fundação da cidade (rei Rômulo), a organização religiosa da cidade (rei Numa), a organização militar da cidade (rei Túlo Hostílo), os cuidados defensivos da cidade, ampliação dos limites da cidade (rei Anco Márcio), construções de edifícios para a cidade (rei Tarquínio, o Antigo), representação do povo no governo da cidade (um rei que supostamente vem de origens simples, o rei Sérvio Túlio) e um conflito entre o rei e as família patrícias, poderosas em vários sentidos e almejavam o reconhecimento político (rei Tarquínio, o Soberbo) (SILVA, 2013, pp.47-48).
A segunda fase, da Roma Republicana, os patrícios, uma elite romana, assume o poder político de governança e instaura uma organização de Estado chamada de republicana. A administração da cidade tinha como principal órgão o Senado, que era composto por esta elite patrícia e negociava os interesses para manter o seu poder. O aumento da dependência da plebe e dos militares por parte da elite, este sistema passa a corroer e sua manutenção se torna insustentável, encerrando esta fase (PELLEGRINI, 2016, p.146-150).
A terceira fase, da Roma Imperial, “O estabelecimento do Império foi a solução política encontrada para assegurar a estabilidade do poder e anular os conflitos existentes entre as várias facções” (FLORENZANO, 1987, IN: SILVA, 2013, p. 82).
Em suma, com o fim de organizar os muitos interesses presentes na cidade, estabeleceu-se a centralização do poder em modelos de príncipes virtuosos e esclarecidos, capazes de utilizar estas habilidades na manutenção da unidade da cidade. Este modelo vigora até a desestruturação do império ocidental e o fim deste modelo vigente.
Referências Bibliográficas:
- PELLEGRINI, M.C. #Contato história, 1º ano. 1.ed. São Paulo: Quinteto Editorial, 2016.
- SILVA, S.C. História Antiga II. Batatais,SP: Clarentiano, 2013.
Muito bom, uma introdução para se compreender a história de Roma. Valeu prof Ricardo! 👏
ResponderExcluirMuito obrigado por ler e por comentar! Estamos juntos!!
ExcluirPerfeita a descrição geográfica do território de Roma.
ResponderExcluirMuito obrigado por ler e por comentar! Estamos juntos!!
ExcluirSalve, Ricardo, gostei do texto. Muito bem escrito e embasado.
ResponderExcluir(Diei)
Obrigado pela atenção amigo!!!
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