Saudações estimados leitores e estimadas leitoras.
Por um longo tempo sonhei com a produção deste canal autoral. Por ser um pouco mais tradicional nos estudos e no trabalho que as gerações que utilizam estes recursos digitais com primazia de suas práticas, enfrentei dificuldades pessoais para conseguir entender o objetivo, a finalidade e o modo operacional de trabalhar num site/blog.
Por longos tempos relutava em criar as publicações, ou me recusava a publicar, porque não considerava os textos em que trabalhava prontos. Até mesmo os que publiquei, após releituras, gostaria de mudar uma coisa ou outra. Mas, então entendi, faz parte da natureza deste veículo esta condição.
Evidentemente, dada a condição de meu labor, não conseguirei publicar na frequência dinâmica que este canal pede artigos com algum critério acadêmico-científico e, menos ainda, textos de alguma relevância filosófica. Cabe a este tipo de trabalho que realizo, a submissão às chamadas revistas especializadas ou periódicos acadêmicos. Foi aí que entendi, estava errado no modo como compreendia e produzia meu portal.
Após a constatação da falha a pergunta que se tornou latente foi: abandonar este projeto ou viabilizar algo honesto para ele que pode ser de valia para leitores e leitoras?
Foi então que passei a pesquisar e refletir em qualificar, respeitar os limites pessoais e garantir a honestidade dos trabalhos aqui postados. Eureka! (Talvez não tenha sido assim tão genial, foi apenas uma lucidez). Tendo em vista que um blog utiliza linguagens de uso diário e que meu objetivo é promover a filosofia e a educação, o jeito era me inspirar na tradição e tentar adaptar aos modos de nossos tempos.
Muitos textos que estudamos dos grandes pensadores e pensadoras da humanidade são manuscritos, escritos que seus autores e autoras escreviam enquanto ainda estudavam, no tempo do papel como suporte. Algumas edições publicam tais textos como Cadernos de Estudos, Cadernos Filosóficos, em suma, seja lá qual o melhor nome, são os desenvolvimentos de estudos, pesquisas, reflexões, fichamentos, problematizações, os registros dos caminhos que levam a produções maiores. Este tipo de conteúdo, intermediário, de processos, produzo em boa quantidade diariamente e pode ter algum valor para os leitores e leitoras caso lhes dê a oportunidade de interagir com tais objetos, por isso, agora, dedicarei uma atenção especial para adequar a linguagem dos materiais que já produzo diariamente apenas acrescendo o cuidado de considerar um leitor que não é exclusivamente o autor.
Sendo assim, a partir daqui proponho uma guinada produtiva neste canal. Ao invés de produções de textos de cunho mais delimitado, concedi-me a liberdade de utilizar este blog de duas maneiras. As publicações diárias em formato que estou chamando de Cadernos de Estudos e Pesquisas (CEP), contendo objetivos mais modestos, expondo processos e caminhos que estou percorrendo. E, também, permitirei a publicação daqueles resultados mais robustos, pesquisas e estudos em etapas mais avançadas.
Para organizar as publicações utilizarei o nome de Cadernos de Estudos e Pesquisas e aglutinarei os temas de tais estudos e pesquisas no nome que produzirá os marcadores que ficarão expostos ao público. Publicações maiores que os estudos diários ficarão no marcador Estudos e, por fim, divagações, ensaios e textos em fase ainda de rascunho ficarão determinados pelo marcador Doxa.
Eu sei que este texto talvez seja uma explicação que serve somente para o autor que está produzindo uma nova organização e, de fato meus caros e caras, não tenho a pretensão de alcançar a genialidade sem antes passar por muito labor. O que estou propondo com a produção deste texto, já é o primeiro passo da mudança proposta, ou seja, mesmo que ainda não esteja diante dos resultados que quero alcançar, passarei a registrar os caminhos que percorro, as ideias, as reflexões e dúvidas da existência para que em algum momento sejam subsídios para uma análise maior de todos os feitos que levaram a algum produto. Toda consequência é derivada de uma causa.
Espero ter a sua companhia nesta jornada intelectualmente desafiadora, afinal, reconheço com uma lucidez que jamais sonhei ter o tamanho de minha ignorância.
Até o próximo texto.
Atenciosamente.
Prof. Ricardo de Jesus Lopes
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